segunda-feira, 19 de dezembro de 2011





Estava em casa naquela noite. Escrevia a história que uma de minhas ultimas visitas havia me contado, quando ouvi certo alvoroço do lado de fora de minha casa. Pessoas gritavam e praguejavam sem parar. Foi quando ouvi batidas desesperadas em minha porta. Foram tão insistentes que a abri e correndo um pequeno vulto foi para trás de meu sofá, fechei a porta e quando vi quem havia entrado correndo era uma criança. Ela chorava sem parar, repetia diversas vezes que não queria morrer e que não tinha culpa de fazer as coisas que fazia. Aproximei-me mais dela a fim de adquirir sua confiança, foi quando vi suas pequenas presas, era uma pequena vampira. Quem teve coragem de fazer isso a uma criança e depois deixa - lá sozinha pra morrer?
Provavelmente ela não sabia o que estava acontecendo consigo, nem mesmo devia saber de forma consciente o que tinha de fazer pra se manter viva.
Ela foi se acalmando depois de conversarmos um pouco, mais ai começaram a bater insistentemente a minha porta, pedindo pra que eu a entregassem. Eles a chamavam de pequeno demônio, mais porque eu não consegui enxergar este demônio nos olhos desesperados daquela criança? - Eu não quero morrer. - ela dizia pra mim abraçando as pernas. - Você vai me entregar a eles não vai? Assim como meu pai e minha mãe fizeram?  - aquele desespero estava tomando conta de mim, odiava ver crianças tristes e amedrontadas. - Como posso deixar uma criatura tão linda como você nas mãos daqueles ignorantes lá fora, vou proteger você querida, mesmo não sabendo o porquê de estar fazendo tal coisa.  – a abracei logo após e comecei a cantarolar musicas infantis a ela, pra que ela não conseguisse ouvir o alvoroço que estava se formando em frente a minha casa. Eu não fazia ideia do porque estava protegendo aquela vampirinha. Mais algo me dizia pra fazer aquilo, parecia certo.
Lembrei-me que minha ultima visitante havia sido uma vampira, se eu conseguisse encontra-la poderia entregar aquela criança a ela, ela saberia melhor lidar com aquela situação.
O alvoroço do lado de fora parou, o que me pareceu bem estranho. Coloquei a pequena vampira em meu sofá e olhei por entre as cortinas o lado de fora. Eles estavam jogando um liquido ao redor da minha casa e um homem de terno preto estava com uma caixa de fósforos em mãos. Queriam nos queimar vivos.

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