A
procuro incansavelmente pelas incontestáveis eras que já se passaram, sempre
chego bem próximo a ela, que evapora por entre meus braços de uma maneira
que nem me dou conta.
A
minha amada que a eras procuro vou tirada de mim de uma maneira cruel, ou pelo
menos achei que havia a perdido até tornar-me o que sou hoje.
Em
uma noite de verão caminhávamos pelo extenso jardim de seu castelo, nosso
casamento estava marcado pra próxima semana. Durante esta agradável caminhada
algo nos seguia, e atacou minha amada. Eu não pude fazer nada, sentia-me atado
ao gramado, simplesmente não consegui impedi-lo, quando olhei minha amada
estava deitada no gramado, próxima aos seus adoráveis lírios. A grama esta meio
grudenta, uma poça de sangue havia se formado ali, desesperado a peguei nos
braços e corri até seu castelo, onde fui acusado de ter dado fim a vida de
minha amada.
Antes
que algo acontecesse a deixei ali, com as maças do rosto sem cor, a pele pálida
e fria, as pontas dos dedos e lábios arroxeados.
Um
ano após sua morte eu achei que havia enlouquecido. Estava morando em uma clareia
um pouco distante de onde costumava morar. Em umas das minhas solitárias noites
foi que eu a vi pela primeira vez. Ela estava usando um vestido branco, a pele
ainda tinha a mesma cor que me lembrava do dia de sua morte, o sorriso era o
mesmo, os olhos tinham um tom de âmbar, lembrava-me da ultima vez que os tinha
visto abertos, seus lindos olhos em tom esverdeado.
Vê-la
ali na minha frente fez-me ficar perdido em lembranças, em sentimentos, em
insanidades e desesperos. Pisquei meus olhos inúmeras vezes, queria apagar
aquela alucinação de minha mente, queria que a dor acabasse.
-
Eu não sou uma alucinação querido, eu estou aqui. Voltei para você meu amado. –
A voz doce dela ecoava em minha mente torturando-me. Ela caminhava em minha
direção e eu conseguia sentir até o seu perfume, o cheio de flores e mel, o seu
aroma de primavera inebriava-me de maneira incontestável, só acreditei que ela
realmente estava ali quando senti o toque de sua pele gélida em minha face, as
pontas de seus dedos não estavam mais arroxeadas e seu toque permanecia com a
mesma maciez de antes.
Meus
olhos se fecharam quando seus lábios me tocaram a face e depois a dor veio, as
forças se foram. E desde então a procuro.
Hoje
entendo que o que ela fez foi somente para me ter junto dela, porem, por algum
motivo que desconheço ela não voltou depois de me amaldiçoar.
Esta
maldição ao principio era deveras ruim. Mais com o passar das décadas acabei
entendendo que ela serviria para que eu reencontrasse a minha amada, pra que eu
sobrevivesse somente pra procura-la.
Sempre
seguia para onde ela queria, ela me fazia uma espécie de trilha, deixando em
alguns lugares um lírio branco e um bilhete. Ela não queria vir até mim, ela
queria que eu provasse que iria até o fim do mundo, que a procuraria por eras
somente por ama-la. É o que hoje eu faço. Sigo cada pista, horas elas me levam
diretamente até ela, que sorri e assim que vou toca-la ela desaparece. Pode
parecer loucura, mais não desistirei de tê-la comigo, de desposa-la e de passar
a minha eterna vida ao seu lado.
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